E então li Saramago...

Confesso que quando fiquei sabendo e postei aqui no blog sobre a morte de José Saramago, eu nunca tinha nem pego um livro dele na mão, ficando com um conhecimento apenas das informações contidas no Wikipédia e com o que adquiri ouvindo conversas aleatórias.

Mas isso mudou. Entrei para o ensino médio, e admito que, quando me deparei com o nome do autor na minha lista de leitura obrigatória, fiquei um pouco espantada e até mesmo assustada... Afinal, um homem que escrevia de um jeito tão diferente e que  ouvi dizer ser uma leitura um tanto chata, assustava qualquer um!

Foi então que segurei o livro nas mãos e tentei ler a primeira página. Xinguei! Ahh como xinguei! Uma folha inteira sem praticamente nenhum parágrafo ou vírgula ou ponto nos lugares que deveriam estar, travessões ou aspas... não tinha nada e a única coisa que aquilo me causava era confusão!

 Tive que reler, e dessa vez, prestando o máximo de atenção que consegui. E então, alívio. As frases surgiam e fluíam normalmente, e se organizavam na minha cabeça. Comecei a perceber, só de bater o olho na folha, onde era um diálogo e quem falava...

Resultado final: amor pelas 208 páginas de "As intermitências da morte" que tirou de mim esse preconceito anti-saramago e pelo estilo do escritor, que nada humilde, ganhou um prêmio nobel de literatura.

Agora vamos ao assunto: Do que se trata ?

A história se passa num país imaginário (ou existente, mas o nome não foi citado), que, na virada do ano, mesmo pessoas já agonizando em leitos de hospitais deixam de morrer.  O tempo começa a passar as pessoas ainda continuam vivas, sem nem mesmo uma morte se quer. O que antes poderia virar um motivo de alegria, começa a virar desgraça. Funerárias ameaçam fechas as portas, os hospitais não possuem mais vagas assim como nas casas de idosos. O estranho é que, apenas naquele país as mortes foram interrompidas, e continuando normalmente no resto do mundo. Medidas extremas são tomadas, até que uma autoridade recebe uma carta da própria morte e suas explicações.

Outras coisas acontecem durante a história, mais motivos para histeria e desespero (pena que não posso contar, se não pede a graça haha).

O livro é muito interessante, e confesso que nunca tinha percebido os prejuízos que aconteceriam se "a morte parasse de matar" antes de lê-lo.

Como você pode perceber só pela resenha, há uma personificação da morte e lendo o livro você percebe que se trata de uma "morte de sexo feminino" haha.

Está entre os meus preferidos! Recomendo para todos aqueles que quiserem algo diferente. Paço tenham paciência no começo, só isso, mas depois, tudo flui com naturalidade e nem precisa de esforço para entender ^^

Bom, por hoje é só! Até mais ;D