quarta-feira, novembro 27, 2013

Drácula, de Bram Stoker - crítica do livro + filme (Coppola 1992)


Não li muitos livros de vampiros ainda... Apesar de gostar dos mitos, até o mês passado só tinha aventurado na saga Crepúsculo e no primeiro livro da série Diários de um vampiro (que por sinal não gostei '-' ). Até que por impulso comprei o pai de todos eles: Drácula, escrito por Bram Stoker. Não digo clássico, por motivos que mais tarde explicarei porque, mas a definição perfeita seria "uma pena se alguém não lesse antes de morrer". 
Me surpreendi muito com a história! Nunca tinha imaginado que gostaria tanto desse livro...


Ele se inicia com John Harker, um corretor imobiliário, que vai até a Transilvânia vender alguns imóveis para o misterioso Conde D. Desde o começo ele observa que Drácula é um tanto estranho, já que só o via durante a noite nos jantares, porém ele nunca come nada. Acontecem algumas coisas bizarras durante a sua estadia na casa do Conde, até que ele percebe que ele era um prisioneiro... 
Bom, nessa cena a narrativa muda de perspectiva e passa a mostrar a vida de Mina, Lucy e seus amados em Londres... Notícias sobre uma embarcação misteriosa rondam no local e Lucy começa a adoecer. Sem explicativas para a doença, Dr. Seward recorre a um velho amigo para que o ajude no caso: Abrahan Van Helsing. 
Van Helsing percebe então que tudo o que está havendo com a jovem vai além dos mistérios na medicina, e passa a utilizar de métodos misticos e supersticiosos, com todas as pistas apontando para só uma pessoa (ou ser): o Nosferatu Conde Drácula. 

A narrativa do livro é deliciosa. Ele é escrito de um jeito diferente. Conta a história por meio de cartas, diários, telegramas... E o mais interessante é que o Drácula é o protagonista, mas simultaneamente é um personagem secundário. Ao mesmo tempo em que ele é o foco da história, você o enxerga pela visão dos outros personagens enquanto se comunicam entre si nas cartas e telegramas, ou consigo mesmo, nos diários... É como se o Drácula aparecesse mas não aparecesse. Isso faz com que a cena se torne mais apavorante, já que o medo de cada um é colocado em primeiro plano. 
Como a narrativa vai sempre alternando entre dos personagens John Harker, Mina e Dr Seward, fica sempre um ar de mistério e tensão, já que cada um tem a sua perspectiva da cena.

Tive dificuldade em algumas partes em relação a aparência da personagem, já que alguns não são descritos com tanta clareza assim... Mas isso é só um detalhe. 
Outra coisa que me deixou um pouco insatisfeita foi algumas partes muito prolongadas, sobre alguma coisa não muito importante... Me irritou um pouco, mas foram tão poucas partes que não interferiu muito no ritmo de leitura. 

A minha edição é uma hard cover da editora LandMark e bilíngue (esse foi o porque me fez comprar!!) 

(clique para ampliar)

Agora em relação ao filme: 
Venerado pelo público, ele simplesmente teve a história quase inteira modificada. Personagens que são descritos de um jeito no livro (apesar de ter dito que a descrição física da personagem não é algo tão definido) são muito diferentes no filme. Cenas que nunca aconteceram, passam a acontecer na adaptação, além de achar desnecessário os absurdos de dramatização que foi inserido na história. 
Ok, não vamos deixar de dar méritos ao Coppola, que criou uma versão boa de Drácula. A ideia de como ele teria virado um "Nosferatu" realmente me agradou (senti até falta disso enquanto eu li). Ele ainda conseguiu passar a essência do livro: o jeito como ele foi escrito e a atmosfera sombria. Mas se ele me consentisse mudanças, eu já começaria pelo nome, tirando "de Bran Stoker" - porque disso não sobrou muita coisa... 
Apesar do Gary Oldman ter ficado ótimo como Drácula, não gostei muito do filme, e o grande problema de quando se fala isso sobre "um clássico" você vira o vilão e algumas pessoas que simplesmente não leram ao livro e dizem ser o melhor Drácula do mundo, passam a te criticar imensamente (isso aconteceu comigo...). Não estou desmerecendo a importância do filme na época, mas não sou obrigada a gostar de algo simplesmente porque o chamam de clássico... 
Mas enfim, o filme é até bonzinho, mas eu ia ter gostado muito mais se tivessem feito algo um pouco mais fiel. 

Ficha técnica 
Lançamento: 1992 (2h 10min) 
Dirigido por: Francis Ford Coppola
Com: Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu Reeves, Anthony Hopkins, mais
Gênero:Drama, Terror, Romance
Nacionalidade: EUA

Agora um detalhe que eu não pude parar de notar foi a semelhança com o retrato do Drácula com o pintor alemão Albrecht Durer! 

Cena do filme
O auto retrato de Albrecht Durer
 E você, já leu Drácula ? Ou prefere uma Anne Rice e cia ? Comente ;D